segunda-feira, 25 de abril de 2011

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 34



classificação



Roteirizado por Antonio Figueira
do original de Janete Clair
CAPÍTULO 34

PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO:

SINHANA
RODRIGO
JOÃO
JERÔNIMO
SEBASTIÃO
POTIRA
DR. RAFAEL
DALVA
ESTELA

CENA 1 - RANCHO CORAGEM - SALA - INT. - NOITE.

A velha Sinhana admirava a personalidade e a firme decisão do promotor de Coroado. Ele fornecia, diante das atenções da família Coragem, os pormenores de sua vida. Os esforços empreendidos para alcançar a posição privilegiada que o tinham elevado, de garoto pobre e órfão, a promotor de uma cidade pequena mas importante na extração e no comércio de pedras preciosas. Acabara de concluir o relato. Voltou-se para o velho Sebastião.


RODRIGO - Falei muito de mim... e até agora, não me disseram se consentem no meu casamento com Potira.

Jerônimo levantou-se perturbado. Tentou sair. Sinhana, discretamente, segurou-o pelo braço.

SEBASTIÃO - (expressão feliz) Já disse que faço muito gosto!

JOÃO - Da minha parte... eu concedo... só falta Jerônimo e mãe falá.

RODRIGO - (encorou o companheiro) O que me diz, Jerônimo? E a senhora, dona Sinhana?

A velha permanecera atenta, á espera da pergunta. Conhecia a paixão que envolvia o filho e a filha adotiva, e a luta interna que convulsionava naquele instante, os sentimentos de Jerônimo. Procurou adiar a solução.

SINHANA - A gente acha... que é bão esperá mais um pouco.

RODRIGO - Eu espero. Não digo que posso me casar já... mas quero ficar, desde já, comprometido.

JOÃO - (em favor do amigo) Mãe, seu promotô é nosso amigo. A gente não pode recusá um pedido deste... A gente deve muita coisa a ele. A defesa das nossas terra do Matão... se não fosse ele, essa cambada tinha interditado a nossa mina e a Justiça vinha pra cima de nós, pra me tirá o diamante. Mas ele fez tudo pra prová que a nossa escritura era verdadeira. Além disso, Jerônimo conseguiu o que queria... Agora é presidente da Associação dos Garimpeiros. Isso é muito importante pra nós, que até onte era dominado por um home só. Atenta nisso, mãe...como é que a gente pode negá alguma coisa pro seu dotô?

Jerônimo deu um passo á frente, pousando a mão direita no ombro do amigo e protetor. Suas palavras saíram da garganta com dificuldade.

JERÔNIMO - É claro... seu doutô... tem sido muito nosso amigo. A gente tem que sê leal, honesto pra ele. E a Potira ta de acordo...

Sorridente com a decisão, Rodrigo retirou do bolso uma caixinha com duas alianças douradas.

João chamou a mestiça, que a tudo assistia sem dizer palavra, olhos voltados para o chão, dedos entrelaçados, expressão de desgosto.

JOÃO - Vem cá, índia!

Potira se aproximou, tímida, meio assustada.

JOÃO - Bota aí o anel no dedão dela. E tá comprometido!

CENA 2 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - SALA DE JANTAR - INT. - DIA.

Bolo de milho, café forte, queijo fresco, broa e muito leite. A mesa do coronel era farta. A manhã nascera radiante, sol quente, pouco vento. O cheiro do gado penetrava as dependências da casa-grande trazido pela brisa. O mugir rouquenho dos bois contrastava com o pipilar agudo da passarada nos arvoredos.

Pedro Barros cumprimentava o Dr. Rafael que, desacostumado á vida de fazenda, atrasara-se para o café.

PEDRO BARROS - Senta aí e come, home!

Os modos rudes do coronel não chegaram a surpreender o psiquiatra. Conhecia a natureza dos homens do sertão.

PEDRO BARROS - Que é que minha filha tem? É grave?

DR. RAFAEL - Estou ainda estudando o caso, seu Barros. Não tenho uma resposta por enquanto. Parece-me um caso raro, mas não fora do comum. Pelo que pude deduzir, Lara não consegue enfrentar determinada realidade... pelo menos a realidade que ela conhece. E foge dela. Meu trabalho consiste em descobrir quais as razões que a levam a procurar essa fuga.

Dalva retirou do seio um papel amarelado, entregando-o ao médico.

DALVA - Doutor, quero que o senhor leia esse papel. É um documento de... de uma moça que se chama Diana... e que se parece muito com Lara. Eu já lhe falei sobre isso. Ela deu sua filiação nesse documento ao delegado Falcão... e é muito estranho que os nomes dos pais dela... sejam os nomes... dos avós de Lara.

ESTELA - (completou) Nome do nosso pai e de nossa mãe, doutor.

O médico examinou demoradamente o documento.

DR. RAFAEL - Onde está Lara?

DALVA - (entendera a preocupação do especialista e rezava intimamente para que tudo desse certo) Saiu cedo para o campo.

DR. RAFAEL - Com licença!

O médico levantou-se e deixou a sala.

FIM DO CAPÍTULO 34


E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

#DR. RAFAEL DESVENDA O MISTÉRIO DE DIANA LEMOS

#
POTIRA SOFRE PELO AMOR NÃO CORRESPONDIDO POR JERÔNIMO

NÃO PERCA O CAPÍTULO 35 DE ...



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