Roteirizado por Antonio Figueira
do original de Janete Clair
do original de Janete Clair
CAPÍTULO 29
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO
DUDA
HERNANI
REPÓRTER
JOÃO
JERÔNIMO
CEMA
LOURENÇO
MARIA DE LARA
DALVA
RODRIGO
CENA 1 - RIO DE JANEIRO - APARTAMENTO DE DUDA - SALA - INT. - DIA.
Hernani mostrava os jornais ao jogador e o destaque da manchete de ponta a ponta – DUDA NO CORÍNTIANS.
Hernani mostrava os jornais ao jogador e o destaque da manchete de ponta a ponta – DUDA NO CORÍNTIANS.
DUDA - É... esses caras da imprensa fazem uma fofoca desgraçada. Eu nem falei ainda com o diretor do Coríntians.
HERNANI - Onde há fumaça há fogo...
DUDA - Vamos esperar mais um pouco. Quem sabe se no fim o Flamengo dá o que eu pedi? Você viu que no último jogo a torcida só gritava o meu nome. E cartaz pesa pra burro!
HERNANI - (concordou) Pode ser que a pressão da torcida faça o Flamengo entregar os pontos. Mas, se eu fosse você, topava logo a parada, não perdia tempo. O dinheiro das luvas já dá para um bom pé-de-meia...
DUDA - Vida de jogador é assim, Hernani. Ás vezes o coração pede um time, mas a necessidade o leva para outro. A torcida não entende nem perdoa isso...
CORTA PARA:
CENA 2 - RANCHO CORAGEM - SALA - INT. - DIA.
Com o lápis correndo pelo bloco de papel, o repórter anotava as declarações de João Coragem. A notícia correra célere por todo o Estado. Em Coroado fora achado o maior diamante do mundo.
REPÓRTER - Então... pràticamente, o senhor está bilionário!
JOÃO - Eu sei lá, seu moço! Vai dá um dinheirão, isso eu sei que vai!
REPÓRTER - Pretende vender a pedra aqui mesmo, em Coroado?
JOÃO - Vou vendê na cidade grande. Já tenho plano pra viajá, levando a pedra.
REPÓRTER - Por que não vende aqui mesmo?
JOÃO - Porque aqui, a gente não pode fazê preço. Compradô só tem um... e eu num quero vendê pra ele.
REPÓRTER - (mudou de tom, preparando a pergunta) Dizem que, quando uma pedra deste valor é encontrada, o comum é se fazer mistério em torno do achado. Mas com o senhor aconteceu o contrário. É o que se diz na cidade.
JOÃO - (meio atrapalhado, corando excessivamente) É... eu acho que eu e meu irmão... a gente exagerou... pela alegria... pela vontade que a gente tinha de encontrá. A gente num devia de tê feito aquilo, né?
REPÓRTER - Acha que sua segurança corre perigo... ou melhor, que alguém será capaz de tentar roubar o diamante?
JOÃO - (coçou a cabeça, intrigado) Tudo é possível, moço. Mas eu confio muito na minha gente... não vão fazê isso comigo, não.
O jornalista deu um passo e olhou pela janela e apontou para o exterior.
REPÓRTER - Se confia tanto... por que aquele moço ali, de tocaia, armado?
Jerônimo podia ser visto, atento, sentado sobre uma tora de madeira.
JOÃO - É meu irmão. Ele ta ali porque nós temo inimigo forte. E ele tá preparano um golpe. A gente espera tudo. Mas tamo preparado.
O jornalista insistiu, descobrindo o filão da reportagem. Poderia estar ali a grande manchete.
REPÓRTER - Pode dizer o nome do seu inimigo?
JOÃO - Não. Eu num quero provocá ninguém. Tudo pode acontecê. Até dele mudá. A gente tá só prevenido.
REPÓRTER - Mas... uma foto sua com o diamante você permite, não? Bota a pedra bem na frente, pra destacar.
O modesto rapaz olhou para a família.
JOÃO - Num há mal deu chamá a índia, mãe, pai...
REPÓRTER - (sorridente) Não. Chama todo mundo. Vai sair a turma toda na primeira página.
CENA 3 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - EXT. - DIA.
Lourenço barrava a entrada de Cema e Jerônimo com rispidez, girando ameaçadoramente a arma na direção dos dois.
LOURENÇO - Calma, mocinho, calma! O que quer aqui?
JERÔNIMO - (decidido) Onde está o Braz Canoeiro?
LOURENÇO - Deve está na casa dele.
CEMA - Se tivesse eu não tinha vindo aqui. Sou a mulhé dele e você bem sabe.
LOURENÇO - (remendou a mentira) Foi posto em liberdade, agora mesmo.
JERÔNIMO - (com altivez) Por que? Ele tava preso?
LOURENÇO - Preso... preso, não. ( embaraçado) Estava só sob os cuidados do meu patrão. Foi muito bem tratado, até. Posso garantir.
JERÔNIMO - Eu compreendo! Braz tava com João quando ele achô o diamante. Com certeza ocês quer que Braz traia ele...
LOURENÇO - Não... nada disso. Meu patrão queria convencê o negro a reclamá seus direito.
JERÔNIMO - Que direito?
LOURENÇO - Da pedra. Se Braz ajudou a cavá, também é dono dela!
CEMA - (com aspereza) Quem achô foi João. E a mina é dele. Braz não tem direito a nada.
LOURENÇO - (insistiu, irônico) Eu acho que o próprio Braz já num pensa assim...
O diálogo foi cortado pela voz macia de Maria de Lara. Ela ouvira o bastante para se inteirar de tudo. Dirigiu-se ao jovem Coragem.
MARIA DE LARA - Um momento... Diga ao seu irmão... que fiquei satisfeita em saber... que ele encontrou o diamante.
Dos olhos de Jerônimo pareciam saltar chispas de ódio. Sem responder á moça virou as costas e retirou-se apressado.
CENA 4 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - QUARTO DE LARA - INT. - DIA
DALVA - (exaltada) Esse João Coragem é parte de uma minoria de sub-gente. Pobre, sem educação, rude!
MARIA DE LARA - (nervosa ante o ataque da tia ao jovem Coragem) Quer saber, tia Dalva? Eu não admito as atitudes desleais tomadas pelo meu pai contra esse rapaz!
DALVA - Você defende esse ignorante com todas as forças! Isso é um absurdo!
MARIA DE LARA - Me deixe em paz, tia Dalva! Vá embora, me deixe em paz!
De repente a dor de cabeça. Como se um estilete estivesse cortando-lhe os miolos. Dor fina, penetrante. Lara ajoelhou-se e apertou a cabeça entre as mãos. Durante alguns segundos isolou-se do mundo. Ela e sua dor terrível. Levantou-se, pouco depois e se postou diante do espelho, ignorando a presença da tia. Ajeitou os cabelos e gargalhou, dançando alegremente pelo quarto. A tia observava, espantada, a transformação ocorrida na moça.
DALVA - Lara... você está bem?
MARIA DE LARA - (zombeteira) Melhor do que nunca, coroa!
DALVA - (baixando o tom de voz) Lara! Você nunca me falou assim!
MARIA DE LARA - É... eu nunca tive coragem de lhe dizer umas verdades. E tenho muita coisa a lhe dizer. Mas, fica pra depois. Agora estou muito apressada...
DALVA - Aonde você pensa que vai?
MARIA DE LARA - Aonde eu penso? (tornou a gargalhar com zombaria) Desguia, coroa. Veja se não me enche! Vai pro diabo!
Bateu a porta com força e desceu as escadas bamboleando o corpo em direção ao jardim.
CORTA PARA:
CENA 5 - COROADO - CASA NA FLORESTA - INT. - DIA.
Sapatos e roupas atirados pelo chão e sobre a mesa tosca davam um aspecto de desleixo ás ruínas da casa abandonada da floresta. Lara entrou saltitante. Abriu o velho baú e retirou as vestes desbotadas pelo tempo. Despiu-se e vestiu a saia rodada de cor berrante, já conhecida dos bares de Coroado. Rodou a bolsinha no indicador, deu uns retoque no cabelo abundante e saiu bamboleante, estrada a fora. Diana voltava a aparecer.
CENA 6 - RANCHO CORAGEM - SALA - INT. - DIA.
Manhã cedo, com o sol recém-saído, Rodrigo já se encontrava na casa humilde dos irmãos Coragem, expondo a Jerônimo os últimos acontecimentos de Coroado.
RODRIGO - ... fugiu. O Dr. Maciel fugiu! Mas já providenciei gente pra sair á cata do homem. Pode crer... isso não vai impedir que eu peça prisão preventiva para Juca Cipó.
O jovem ensaboava o rosto, atento ás palavras do promotor. Ultimava a higiene matinal.
JERÔNIMO - Pedro Barros já sabe disso?
RODRIGO - Não. Estou fazendo as coisas em sigilo.
JERÔNIMO - Mas não é segredo que ele está tentando, por todos os meios, roubá do meu irmão os direito da pedra.
RODRIGO - Também sei disto. (sentando-se na beirada da cama) Mas, com a prisão do Juca, ele vai acabar se esquecendo da pedra que João achou.
O jovem acabara de lavar o rosto e vestia as calças desbotadas da faina diária.
JERÔNIMO - Ele e o capacho do Falcão tão examinando no cartório os livro de escritura, pra vê se acha um jeito de interditá a mina da gente...
Rodrigo abriu o paletó e desabotoou a camisa.
RODRIGO - Aquele local pertence a vocês... não há o que temer. Andei vendo os papéis.
Um lampejo de tristeza velou os olhos do garimpeiro. Alguma revelação desagradável, talvez. Jerônimo baixou o olhar, antes de fazer novas considerações.
JERÕNIMO - Não sei como dizê pro João... que até o Braz Canoeiro traiu ele...
A notícia abalou o jovem promotor, obrigando-o a erguer-se como que impelido por uma mola.
RODRIGO - Traiu?
JERÔNIMO - Eu acho que traiu. Braz se escondeu de mim. Se escondeu até de Cema, a mulhé dele. Tá com culpa na consciência, ora se tá!
... E NO PRÓXIMO CAPÍTULO
# JOÃO FAZ PLANOS PARA O FUTURO E VAI Á CIDADE COM A FAMÍLIA TIRAR FOTOGRAFIA E FAZER EMPRÉSTIMO NO BANCO.
# PEDRO BARROS ORDENA AO DELEGADO FALCÃO QUE DIGA AOS CORAGEM QUE A ESCRITURA DE SUAS TERRAS É FALSA, QUE INTERDITE A MINA DE DIAMANTES E OBRIGUE JOÃO A ENTREGAR A PEDRA.
# CONSEGUIRÁ O CORONEL SEU INTENTO?
NÃO PERCA O CAPÍTULO 30 DE IRMÃOS CORAGEM!!!
HERNANI - Onde há fumaça há fogo...
DUDA - Vamos esperar mais um pouco. Quem sabe se no fim o Flamengo dá o que eu pedi? Você viu que no último jogo a torcida só gritava o meu nome. E cartaz pesa pra burro!
HERNANI - (concordou) Pode ser que a pressão da torcida faça o Flamengo entregar os pontos. Mas, se eu fosse você, topava logo a parada, não perdia tempo. O dinheiro das luvas já dá para um bom pé-de-meia...
DUDA - Vida de jogador é assim, Hernani. Ás vezes o coração pede um time, mas a necessidade o leva para outro. A torcida não entende nem perdoa isso...
CORTA PARA:
CENA 2 - RANCHO CORAGEM - SALA - INT. - DIA.
Com o lápis correndo pelo bloco de papel, o repórter anotava as declarações de João Coragem. A notícia correra célere por todo o Estado. Em Coroado fora achado o maior diamante do mundo.
REPÓRTER - Então... pràticamente, o senhor está bilionário!
JOÃO - Eu sei lá, seu moço! Vai dá um dinheirão, isso eu sei que vai!
REPÓRTER - Pretende vender a pedra aqui mesmo, em Coroado?
JOÃO - Vou vendê na cidade grande. Já tenho plano pra viajá, levando a pedra.
REPÓRTER - Por que não vende aqui mesmo?
JOÃO - Porque aqui, a gente não pode fazê preço. Compradô só tem um... e eu num quero vendê pra ele.
REPÓRTER - (mudou de tom, preparando a pergunta) Dizem que, quando uma pedra deste valor é encontrada, o comum é se fazer mistério em torno do achado. Mas com o senhor aconteceu o contrário. É o que se diz na cidade.
JOÃO - (meio atrapalhado, corando excessivamente) É... eu acho que eu e meu irmão... a gente exagerou... pela alegria... pela vontade que a gente tinha de encontrá. A gente num devia de tê feito aquilo, né?
REPÓRTER - Acha que sua segurança corre perigo... ou melhor, que alguém será capaz de tentar roubar o diamante?
JOÃO - (coçou a cabeça, intrigado) Tudo é possível, moço. Mas eu confio muito na minha gente... não vão fazê isso comigo, não.
O jornalista deu um passo e olhou pela janela e apontou para o exterior.
REPÓRTER - Se confia tanto... por que aquele moço ali, de tocaia, armado?
Jerônimo podia ser visto, atento, sentado sobre uma tora de madeira.
JOÃO - É meu irmão. Ele ta ali porque nós temo inimigo forte. E ele tá preparano um golpe. A gente espera tudo. Mas tamo preparado.
O jornalista insistiu, descobrindo o filão da reportagem. Poderia estar ali a grande manchete.
REPÓRTER - Pode dizer o nome do seu inimigo?
JOÃO - Não. Eu num quero provocá ninguém. Tudo pode acontecê. Até dele mudá. A gente tá só prevenido.
REPÓRTER - Mas... uma foto sua com o diamante você permite, não? Bota a pedra bem na frente, pra destacar.
O modesto rapaz olhou para a família.
JOÃO - Num há mal deu chamá a índia, mãe, pai...
REPÓRTER - (sorridente) Não. Chama todo mundo. Vai sair a turma toda na primeira página.
CENA 3 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - EXT. - DIA.
Lourenço barrava a entrada de Cema e Jerônimo com rispidez, girando ameaçadoramente a arma na direção dos dois.
LOURENÇO - Calma, mocinho, calma! O que quer aqui?
JERÔNIMO - (decidido) Onde está o Braz Canoeiro?
LOURENÇO - Deve está na casa dele.
CEMA - Se tivesse eu não tinha vindo aqui. Sou a mulhé dele e você bem sabe.
LOURENÇO - (remendou a mentira) Foi posto em liberdade, agora mesmo.
JERÔNIMO - (com altivez) Por que? Ele tava preso?
LOURENÇO - Preso... preso, não. ( embaraçado) Estava só sob os cuidados do meu patrão. Foi muito bem tratado, até. Posso garantir.
JERÔNIMO - Eu compreendo! Braz tava com João quando ele achô o diamante. Com certeza ocês quer que Braz traia ele...
LOURENÇO - Não... nada disso. Meu patrão queria convencê o negro a reclamá seus direito.
JERÔNIMO - Que direito?
LOURENÇO - Da pedra. Se Braz ajudou a cavá, também é dono dela!
CEMA - (com aspereza) Quem achô foi João. E a mina é dele. Braz não tem direito a nada.
LOURENÇO - (insistiu, irônico) Eu acho que o próprio Braz já num pensa assim...
O diálogo foi cortado pela voz macia de Maria de Lara. Ela ouvira o bastante para se inteirar de tudo. Dirigiu-se ao jovem Coragem.
MARIA DE LARA - Um momento... Diga ao seu irmão... que fiquei satisfeita em saber... que ele encontrou o diamante.
Dos olhos de Jerônimo pareciam saltar chispas de ódio. Sem responder á moça virou as costas e retirou-se apressado.
CENA 4 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - QUARTO DE LARA - INT. - DIA
DALVA - (exaltada) Esse João Coragem é parte de uma minoria de sub-gente. Pobre, sem educação, rude!
MARIA DE LARA - (nervosa ante o ataque da tia ao jovem Coragem) Quer saber, tia Dalva? Eu não admito as atitudes desleais tomadas pelo meu pai contra esse rapaz!
DALVA - Você defende esse ignorante com todas as forças! Isso é um absurdo!
MARIA DE LARA - Me deixe em paz, tia Dalva! Vá embora, me deixe em paz!
De repente a dor de cabeça. Como se um estilete estivesse cortando-lhe os miolos. Dor fina, penetrante. Lara ajoelhou-se e apertou a cabeça entre as mãos. Durante alguns segundos isolou-se do mundo. Ela e sua dor terrível. Levantou-se, pouco depois e se postou diante do espelho, ignorando a presença da tia. Ajeitou os cabelos e gargalhou, dançando alegremente pelo quarto. A tia observava, espantada, a transformação ocorrida na moça.
DALVA - Lara... você está bem?
MARIA DE LARA - (zombeteira) Melhor do que nunca, coroa!
DALVA - (baixando o tom de voz) Lara! Você nunca me falou assim!
MARIA DE LARA - É... eu nunca tive coragem de lhe dizer umas verdades. E tenho muita coisa a lhe dizer. Mas, fica pra depois. Agora estou muito apressada...
DALVA - Aonde você pensa que vai?
MARIA DE LARA - Aonde eu penso? (tornou a gargalhar com zombaria) Desguia, coroa. Veja se não me enche! Vai pro diabo!
Bateu a porta com força e desceu as escadas bamboleando o corpo em direção ao jardim.
CORTA PARA:
CENA 5 - COROADO - CASA NA FLORESTA - INT. - DIA.
Sapatos e roupas atirados pelo chão e sobre a mesa tosca davam um aspecto de desleixo ás ruínas da casa abandonada da floresta. Lara entrou saltitante. Abriu o velho baú e retirou as vestes desbotadas pelo tempo. Despiu-se e vestiu a saia rodada de cor berrante, já conhecida dos bares de Coroado. Rodou a bolsinha no indicador, deu uns retoque no cabelo abundante e saiu bamboleante, estrada a fora. Diana voltava a aparecer.
CENA 6 - RANCHO CORAGEM - SALA - INT. - DIA.
Manhã cedo, com o sol recém-saído, Rodrigo já se encontrava na casa humilde dos irmãos Coragem, expondo a Jerônimo os últimos acontecimentos de Coroado.
RODRIGO - ... fugiu. O Dr. Maciel fugiu! Mas já providenciei gente pra sair á cata do homem. Pode crer... isso não vai impedir que eu peça prisão preventiva para Juca Cipó.
O jovem ensaboava o rosto, atento ás palavras do promotor. Ultimava a higiene matinal.
JERÔNIMO - Pedro Barros já sabe disso?
RODRIGO - Não. Estou fazendo as coisas em sigilo.
JERÔNIMO - Mas não é segredo que ele está tentando, por todos os meios, roubá do meu irmão os direito da pedra.
RODRIGO - Também sei disto. (sentando-se na beirada da cama) Mas, com a prisão do Juca, ele vai acabar se esquecendo da pedra que João achou.
O jovem acabara de lavar o rosto e vestia as calças desbotadas da faina diária.
JERÔNIMO - Ele e o capacho do Falcão tão examinando no cartório os livro de escritura, pra vê se acha um jeito de interditá a mina da gente...
Rodrigo abriu o paletó e desabotoou a camisa.
RODRIGO - Aquele local pertence a vocês... não há o que temer. Andei vendo os papéis.
Um lampejo de tristeza velou os olhos do garimpeiro. Alguma revelação desagradável, talvez. Jerônimo baixou o olhar, antes de fazer novas considerações.
JERÕNIMO - Não sei como dizê pro João... que até o Braz Canoeiro traiu ele...
A notícia abalou o jovem promotor, obrigando-o a erguer-se como que impelido por uma mola.
RODRIGO - Traiu?
JERÔNIMO - Eu acho que traiu. Braz se escondeu de mim. Se escondeu até de Cema, a mulhé dele. Tá com culpa na consciência, ora se tá!
FIM DO CAPÍTULO 29
... E NO PRÓXIMO CAPÍTULO
# JOÃO FAZ PLANOS PARA O FUTURO E VAI Á CIDADE COM A FAMÍLIA TIRAR FOTOGRAFIA E FAZER EMPRÉSTIMO NO BANCO.
# PEDRO BARROS ORDENA AO DELEGADO FALCÃO QUE DIGA AOS CORAGEM QUE A ESCRITURA DE SUAS TERRAS É FALSA, QUE INTERDITE A MINA DE DIAMANTES E OBRIGUE JOÃO A ENTREGAR A PEDRA.
# CONSEGUIRÁ O CORONEL SEU INTENTO?
NÃO PERCA O CAPÍTULO 30 DE IRMÃOS CORAGEM!!!
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