sexta-feira, 10 de junho de 2011

IRMÃOS CORAGEM - CAPÍTULO 52



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Roteirizado por Antonio Figueira
do original de Janete Clair

CAPÍTULO 52


CENA 1 - COROADO - DELEGACIA - INT. - DIA.

Há horas que João Coragem, pacientemente, aguardava a chegada do delegado, sentado no banco de madeira que acompanhava toda a extensão da parede, na sala de audiência da delegacia. Falcão entrou agitado.


JOÃO - (aflito) Agarrô ele?

DELEGADO FALCÃO - Lourenço? Não. Não encontrei.

JOÃO - Como... não encontrô? Hoje se esgotô o prazo que eu lhe dei.

DELEGADO FALCÃO - Pedro Barros fez muita queixa dele. Era um péssimo empregado. Andava muito esquisito, ùltimamente. E há dois dias desapareceu. Tudo indica que fugiu... levando seu diamante, João.

JOÃO - (levantando-se) Mas Pedro Barros deve sabê onde ele está!

DELEGADO FALCÃO - Por que devia saber?

JOÃO - Porque as coisa... entre eles foi tudo combinado. Pedro Barros tá metido nisso. Prova é que Juca também tá envolvido!

DELEGADO FALCÃO - Juca nega tudo.

Inteiramente descontrolado, João Coragem agarrou violentamente a gola do paletó do delegado, balançando-o como se fôra um graveto tocado por um vendaval.

JOÃO - O senhô tá protegendo eles! Eu quero Lourenço hoje, aqui, preso. Na falta dele... prende então o Pedro Barros!

Falcão livrou-se da fúria do Coragem.

DELEGADO FALCÃO - Você está doido, João? Você não pode me obrigar a um ato desses... contra um homem... que estava fora no momento do roubo!

JOÃO - Mas ele tem de dizê onde tá Lourenço. Prende ele! Prende e obriga a dizê!

Falcão falou com decisão, abotoando o paletó.

DELEGADO FALCÃO - Há uma queixa contra Lourenço e estou empenhado em agarrar ele. Mas contra Pedro Barros eu não posso fazer nada.

Movido pela ânsia de justiça, o garimpeiro descontrolou-se ante a visível covardia que se ocultava nas palavras do homem que representava a lei de Coroado.

JOÃO - (dedo em riste, avisou sem temor) Mas eu posso, Falcão! Eu posso!

A passos largos, deixou a delegacia. Diogo Falcão admoestava-o lá de dentro.

DELEGADO FALCÃO - João! Veja lá o que vai fazer! Não seja louco!

CORTA PARA:

CENA 2 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - QUARTO DE LARA - INT. - DIA.

Maria de Lara levantou-se e foi até a janela de seu quarto. Era dia e poucas nuvens, muito brancas, enodoavam o azul profundo do infinito. Voltou-se quando a porta se abriu e o Dr. Rafael entrou, em companhia de Indaiá. Lara o mandara chamar.


DR. RAFAEL - O que foi?

MARIA DE LARA - Doutor... minha empregada esteve ontem na casa de meu marido... e me trouxe notícias muito tristes.

DR. RAFAEL - Sobre o roubo?

MARIA DE LARA - É. Isto é verdade?

DR. RAFAEL - É, infelizmente. Mas não é caso pra você se preocupar. Precisa de descanso absoluto.

MARIA DE LARA - Como não? O irmão de João está ferido... a família toda prejudicada. O pai deles á morte... João fora de si!

O psiquiatra confirmou as versões da moça, com um aceno de cabeça. Passeava, interminàvelmente, de um lado para o outro do quarto, cabeça semi-curvada.

DR. RAFAEL - Tudo isto é verdadeiro. Eu já sabia desde ontem quando ouvi comentários entre os empregados.

Lara torcia as mãos, nervosa.

MARIA DE LARA - O senhor não sabe a importância do diamante na vida de João!

DR. RAFAEL - Eu imagino, sim. Mas isto não é tudo. Não é com dinheiro que se constrói a felicidade.

MARIA DE LARA - Tenho receio dele perder a cabeça... e também de papai estar envolvido nisso.

DR. RAFAEL - Não fique fazendo suposições. Elas podem ser falsas.

MARIA DE LARA - Papai não veio me ver desde que chegou e isto me faz pensar nas piores coisas. Acho que este era o golpe que estavam preparando para João. (virando-se para Indaiá) Preciso falar com papai! (e para o médico) Qual foi o empregado que fugiu?

Rafael fitou Indaiá que procurara seus olhos segundos antes.

DR. RAFAEL - Foi... o tal Lourenço D’Ávila... Dizem que é o responsável pelo roubo. Neste momento, a polícia de Coroado está empenhada em encontrá-lo. A pedido de seu pai.

CORTA PARA:

CENA 3 - FAZENDA DE PEDRO BARROS - CASA-GRANDE - EXT. - DIA.


JUCA CIPÓ - Pera ai! Pera aí! Aonde pensa que vai? Tá maluco?

Juca Cipó enfureceu-se com o sem-formalismo de João Coragem que, sem se importar com a jagunçada do coronel, meteu-se pelo portão e já atingia a porta de entrada da residência. João parou por alguns segundos.

JOÃO - (ordenou) Vai avisar teu patrão que tou aqui!

JUCA CIPÓ - Você não pode ir entrando assim! Onde é que nós tamo?

JOÃO - Onde tá minha mulhé?

Bateu com força na porta.

JOÃO - (gritando) Lara! Lara!

Pedro Barros abriu a porta, com gesto brusco.

PEDRO BARROS - Onde você pensa que tá, mocinho? Que barulho é esse?

JOÃO - Eu penso que tô na frente do home que mandou invadir minha casa, pra roubá, pra matá! E se tou aqui é pra reaver o que o sinhô roubô de mim.

PEDRO BARROS - Eu não entendo...

JOÃO - (com expressão de louco) Eu explico! Vim buscá minha pedra e a minha mulhé! Vou levá as duas coisa!

Barros não queria acreditar no que ouvia.

JOÃO - Dei um prazo e o prazo se esgotô! Ninguém fez nada, até agora, dentro da lei! Exijo a sua prisão ou o diamante. (e decisivo) Exijo Lara... ou a sua vida!

FIM DO CAPÍTULO 52

Jerônimo, Diana e João

E NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

*** JOÃO DÁ UM SÔCO EM PEDRO BARROS, ENCOSTA A ARMA EM SEU QUEIXO E DIZ A LARA QUE ARRUME SUAS COISAS, POIS VAI EMBORA COM ELE!

***FALCÃO INTERCEPTA AS LIGAÇÕES DE LOURENÇO PARA ESTELA E DESCOBRE ONDE ELE ESTÁ. PEDRO BARROS ORDENA O DELEGADO QUE MANDE SEUS HOMENS ATRÁS DELE!

NÃO PERCA O CAPÍTULO 53 DE




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